O Instagram é uma das plataformas mais populares para compartilhar conteúdo em imagens ou vídeos. Mas para muitos criadores, a pressão de manter uma presença constante e a busca por likes e seguidores pode levar a altos níveis de estresse e ansiedade, tanto que essa rede também é considerada a mais prejudicial para a saúde mental.
Esse nível de estresse pode afetar não só quem é apenas um espectador, mas, principalmente, para quem produz conteúdo no Instagram. Muitas dessas pessoas acabam até abandonando seus processos de criação.
Hoje eu quero te apresentar o conceito de revisão do processo criativo, com as minhas ferramentas favoritas para criar com menos neura. Também vou te explicar como você pode manter expectativas mais justas e realistas sobre o seu trabalho.
Espero que ao final desta leitura você se motive a não abandonar seu projeto de criação de conteúdo para o Instagram e aprenda a repensar seu processo criativo, em busca de um crescimento sustentável. 😊
Por que criar para o Instagram pode ser estressante?
Trabalhar para agradar o algoritmo do Instagram, além de ter uma sobrecarga mental absurda, afeta a nossa saúde mental. Tanto que o termo “ansiedade algorítmica” vem sendo usado para definir essa sensação de angústia, tanto de usuários como produtores de conteúdo, que acaba sendo bem comum para quem frequenta as redes.
Um estudo desenvolvido pela organização britânica Royal Society for Public Health considera também os efeitos para quem compartilha fotos no Instagram. A pesquisa analisou que a atividade impacta negativamente o sono, a autoimagem e tende a aumentar o sentimento de FOMO (fear of missing out, ou o medo de estar “perdendo alguma coisa”).
Embora os estudos sobre a relação entre as redes e problemas de saúde mental ainda estejam em andamento em várias partes do mundo, há algumas evidências que apontam que estar conectado o tempo todo a redes como o Instagram pode desencadear ou potencializar quadros de ansiedade e até de depressão.
Para quem trabalha com produção de conteúdo no Instagram, parar de usar a plataforma não é uma saída viável. Então, como manter seu projeto de criação combatendo o bloqueio criativo e respeitando o seu bem-estar mental e psíquico?
Não abandone o projeto, reveja o processo
Antes de querer abandonar seu projeto de criação de conteúdo sem olhar para trás, quero te explicar a importância de revisar o seu trabalho de criação. 😊
Para começar, queria visualizar o processo criativo em três etapas: consumo, execução e análise dos resultados – essa última também pode ser chamada de feedback ou retorno. Essas três etapas estão interligadas e se nutrem entre si.
Da mesma forma que a gente vai ao médico periodicamente para fazer um check-up e avaliar nossa saúde, é super importante ter uma ferramenta para diagnosticar o nosso processo de criação e todas as suas nuances.
E por que eu falo em nuances? Bom, se a única constante da vida é a mudança, como diz aquela frase conhecida, o mesmo vale para os nossos projetos criativos. Um projeto de criação de conteúdo no Instagram não é linear e nem livre de obstáculos.
Cada uma dessas etapas do processo criativo tem uma ferramenta de revisão, que eu vou detalhar no tópico seguinte.
3 etapas que eu uso para criar sem neura para o Instagram
É claro que existe uma forma mais geral de realizar esse diagnóstico, se perguntando, por exemplo: “o que eu posso fazer para melhorar minha produção de conteúdo no Instagram”? e tirando conclusões dessa pergunta mais ampla. Mas, como nem sempre encontramos uma resposta precisa, pensar em outras formas de refletir sobre isso pode ser muito útil.
“Quebrar” esse processo em três partes – consumo, criação e análise de resultados – faz com que a gente dê um superzoom nessas etapas para enxergá-las com mais clareza.
Esse diagnóstico vai funcionar somente se o aplicarmos nas três etapas do processo. O objetivo é que a gente avalie a nossa criação como um todo para conseguirmos encontrar oportunidades de melhoria em cada um dos ciclos.
1) Etapa do consumo
A primeira etapa sobre a qual vamos refletir é a do consumo. Aqui, precisamos pensar quais informações – perfis, criadores de conteúdo, referências visuais e de linguagem – estão nutrindo as combinações que estamos fazendo no nosso processo criativo. O James Clear falou sobre isso quando disse que: “quando você escolhe quem você segue, você está escolhendo os seus futuros pensamentos”.
Esse primeiro diagnóstico tem a ver sobre escolher de forma intencional o que vamos consumir, influenciando, assim, as nossas futuras combinações, ou criações. Isso não quer dizer que você precisa se fechar em um só tipo de referência ou de pensamento, porque é super bacana manter uma certa versatilidade, escutando opiniões diversas, por exemplo.
A ideia aqui é ser crítico em relação ao nosso consumo de informações e referências, para que esse seja um processo produtivo e que esteja alinhado com os nossos objetivos, com os nossos valores, com o que a gente acredita.
Se numa revisão de dieta um nutricionista analisa quais alimentos são mais saudáveis e nutritivos para você, nessa revisão de consumo a ideia é refletir quais páginas, perfis ou pessoas te nutrem de ideias, te motivam e te trazem menos – ou nenhuma –ansiedade.
Essa “curadoria de pessoas” vai contribuir muito para a sua produtividade e para que estar nas redes sociais seja uma atividade menos tóxica.
2) Etapa da criação
O segundo exercício desse diagnóstico diz respeito ao processo de criação. Reflita, primeiramente, sobre essas três questões:
- O que eu estou criando hoje?
- Com qual frequência estou criando hoje?
- Quais ferramentas eu utilizo para criar?
Pensar sobre esses três pontos pode te trazer pistas muito interessantes, como: será que as ferramentas que você tem mais afinidade são as mesmas com quais você tem criado seu conteúdo no Instagram?
Se você é uma pessoa que curte mais escrever, será que você não tem se expressado por vídeos somente por que é isso que o que o algoritmo “quer”? Ou: será que você tem se proposto a criar conteúdos diários, sendo que sua execução é mais lenta – e exige mais fôlego?
Responder a essas três questões com sinceridade pode apontar exatamente onde está o obstáculo na sua produção de conteúdo no Instagram.
Eu mesmo já revi meu processo de gravação de vídeos quando avaliei que minha performance e meu bem-estar melhoravam quando eu me dedicava a gravar menos vídeos por dia – mesmo que fosse muito prático produzir vários materiais de uma só vez.
Ter essa sensibilidade na análise possibilitou que eu não apenas não desistisse dos vídeos – apenas porque eles não estavam fluindo – mas, também foi crucial para que eu decidisse adaptar essa atividade a uma frequência mais adequada para a minha rotina. 😊
3) Etapa do feedback
Na terceira etapa desse exercício, vamos pensar em como mensurar os resultados dos nossos processos criativos. Essa é a parte mais complexa da revisão, pois precisamos definir exatamente com quais métricas vamos trabalhar.
É importante refletir que na produção de conteúdo para o Instagram, assim como em outras redes, estamos cercados de métricas. Seja no número de seguidores, likes, visualizações, compartilhamentos, comentários, somos “definidos” por números e isso pode atrapalhar bem mais do que ajudar, já que muitas dessas métricas não estão dentro do nosso controle.
Por isso, minha sugestão é ter autonomia para escolher com quais padrões você vai se autoavaliar, inclusive para se comparar de forma saudável e produtiva com outros creators. Lembre-se que às vezes a comparação mais importante é aquela que você estabelece consigo mesmo, avaliando a sua própria evolução dentro do seu percurso criativo.
Se as suas métricas não estão no parâmetro que você imagina, talvez seja o momento de avaliar seu processo de criação em 360º – ou seja, refletindo sobre as duas etapas anteriores: seu processo de consumo e de execução – para entender onde está o gap e quais são as oportunidades de melhoria. Percebe como esse é um fluxo contínuo? 😊
Tenha expectativas realistas
Ao criar conteúdo para o Instagram, é importante alinhar suas expectativas: elas devem ser realistas sobre o que você pode alcançar e o tempo e esforço necessários para alcançar seus objetivos.
Lembre-se de que o “sucesso” no Instagram não acontece da noite para o dia e que é normal enfrentar altos e baixos ao longo do caminho. Também é bem normal ajustar processos de criação, o que inclui mudar a rota sempre que necessário.
Essas mudanças são naturais dentro de um processo criativo saudável e podem ser reativas – quando algo externo muda (como o surgimento de uma ferramenta nova) e te obriga a se adaptar – ou proativas, quando você quer melhorar o seu processo de criação para algo que faça mais sentido para você.
Concentre-se no progresso gradual e nas pequenas vitórias, e lembre-se de que o mais importante é o impacto que o seu conteúdo tem na sua comunidade e em você mesmo.
O que você aprendeu até aqui?
Meu objetivo neste texto foi encorajar os criadores de conteúdo a revisar seus processos criativos, buscando um crescimento sustentável e combatendo o estresse e a ansiedade associados ao Instagram.
Comecei abordando como a pressão para agradar o algoritmo e a comparação com outros usuários contribuem para o que é chamado de “ansiedade algorítmica”, afetando a saúde mental dos usuários e dos produtores de conteúdo no Instagram.
Para lidar com esse desafio, sugeri uma revisão do processo criativo, dividindo-o em três etapas: consumo, criação e análise dos resultados. Em cada uma, apresentei ferramentas para auxiliar na reflexão e na identificação de oportunidades de melhoria.
Na etapa de consumo, destaquei a importância de escolher intencionalmente quais informações e referências nutrem o nosso processo criativo. Na etapa de criação, convidei você a refletir sobre o que está sendo criado, com que frequência e quais ferramentas estão sendo utilizadas, para identificar possíveis obstáculos na produção de conteúdo.
Já na etapa de feedback, ressaltei a importância de escolher métricas de avaliação alinhadas com os nossos objetivos pessoais, evitando a comparação prejudicial com outros criadores. Além disso, destaquei como ter expectativas realistas e focadas no progresso gradual, priorizando o impacto na comunidade e no bem-estar pessoal.
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