Para você, o que é constância nas redes sociais? Muitos criadores de conteúdo acreditam que para ter um bom resultado precisam “obedecer” o algoritmo, um bichinho que precisa ser alimentado o tempo todo – ou então serão esquecidos para sempre.
Minha ideia de constância digital tem mais a ver com uma proporção entre “fazer” e “descansar”, que esteja alinhada com o nosso contexto de vida atual e com os nossos objetivos. Tudo isso multiplicado pelo tempo de existência do nosso projeto.
Neste artigo vou explorar o conceito de constância e presença nas redes sociais, repensar essa ideia de “bater cartão nas redes” e te fazer refletir sobre um caminho saudável de criação.
O que é constância para você?
Se você consome conteúdo nas redes sociais (como a maioria das pessoas neste planeta), já deve ter se deparado com algum influencer pedindo “desculpas pelo sumiço”. O curioso é que esse pedido de desculpas pode aparecer menos de 24 horas antes do último story postado 👀
Se você é um criador de conteúdo digital, é provável que já tenha se adequado a algum cronograma para manter uma certa constância e não “ser esquecido” pelas pessoas que acompanham seu perfil, ou seu canal no Youtube. Mas o que significa estar presente o tempo todo e por que isso se torna tão importante nesse meio?
Dentro dos “manuais” do algoritmo e “fórmulas de sucesso”, a constância nas redes sociais significa a prática de manter uma presença regular e consistente, tanto em termos de publicações quanto de interações com os seus seguidores.
Essa prática é defendida como “fundamental” por várias razões: seja para manter o engajamento com o público, possibilitar a construção de familiaridade e confiança, aumentar a fidelidade do seu conteúdo e “fazer o algoritmo trabalhar a seu favor” – recomendando seu conteúdo para quem ainda não é seguidor, por exemplo.
Mas, para muitas pessoas, esse tipo de receita pronta para estar presente o tempo todo pode resultar em muita pressão e um ritmo insustentável de trabalho, contribuindo para que a sua saúde mental fique cada vez mais fragilizada.
Então, como pensar em um caminho mais saudável de criação e que também possa nos oferecer uma constância digital?
O primeiro passo é entender que constância é um conceito bastante subjetivo. Cada um tem sua própria ideia da frequência baseada no seu contexto e do que está criando nos ambientes digitais.
Digo isso porque aquilo que você publica pode ser só a pontinha do iceberg: o tempo dedicado à produção de um material geralmente não é compartilhado, por isso, geralmente estamos criando por um período bem maior do que tempo que nosso conteúdo é consumido nas redes.
Da mesma forma, nossa percepção sobre sermos ou não constantes nas redes sociais pode não ser a mesma que as pessoas que acompanham nosso conteúdo, por exemplo.
Por isso, sugiro que você reflita sobre a sua própria definição de constância e começar a experimentá-la. Sem este entendimento e vivência, maiores são as chances de você simplesmente seguir receitas “de sucesso” acreditando que aquele é o único caminho possível. Além de sentir muita culpa quando não se está trabalhando/criando. E a gente sabe que é insustentável seguir sem descanso.
Para te ajudar nessa reflexão, vou compartilhar a minha definição pessoal de constância digital: um equilíbrio entre “fazer” e “descansar”, que esteja alinhado com o meu contexto e objetivos, ou seja, com o que eu quero com a minha criação de conteúdo. Tudo isso multiplicado pelo tempo – pela visão de longo prazo de seguir criando.
A “fazeção” não é a única parte relevante do processo, muito menos uma etapa que pode ser “atrapalhada” pela pausa – porque ela nutre os nossos momentos de criação.
A minha definição tem pouco a ver com “ser sempre visto para ser lembrado”. Inclusive, se o medo de ser esquecido está te afetando, continue a leitura para pensarmos juntos sobre essa sensação.
Você tem medo de ser esquecido nas redes sociais?
Quem produz conteúdo para as redes sociais deve ter notado que algumas pessoas têm compartilhado a sua percepção de que o alcance e engajamento orgânico têm caído nos últimos tempos. Ou que a interação dos seguidores e até a entrega de conteúdos têm sido menores. Tudo isso pode gerar em muita gente o medo de ser esquecido.
Se esse contexto tem gerado autocobrança para produzir mais ou até a famosa síndrome de impostor(a), chegou a hora de olhar para esse sentimento de insegurança com mais carinho.
O primeiro passo, talvez, é entender qual é a sua expectativa de constância. Para mim, por exemplo, ser menos constante na hora da criação é quando tenho uma expectativa de criar X coisas e, por algum motivo, acabo criando menos que X.
Porém, nesses 7 anos de criação de conteúdo, já percebi que esse menor número de criações não fará com que eu seja esquecido do dia para noite. Isso porque existe um “conjunto da obra”. Tudo que fui criando gera uma conexão consciente (e subconsciente) com as pessoas que me acompanham. Seja por pensamentos que compartilhei e geraram reflexões. Pelo que algumas pessoas sentiram enquanto leram o que escrevi. Por se lembrarem de mim quando esbarram com algo com uma estética, tom de voz ou qualquer outro elemento que faça elas lembrarem do Tira do papel.
Esse laço não se perde da noite para o dia 🙂
Refletir sobre a minha própria definição de constância também me ajudou a estabelecer as bases do meu projeto, evitando comparações não-saudáveis com outros creators que têm rotinas e objetivos muito diferentes dos meus.
Quando eu escolho intencionalmente, por exemplo, que ser constante nas redes sociais significa postar duas vezes na semana, eu reduzo a chance de me comparar de forma injusta com alguém que posta todos os dias.
É por isso que não aposto numa criação diária para ser constante. Hoje ela não faz parte do meu entendimento de constância digital. Quando falo “hoje”, também preciso deixar claro que essa ideia é bastante flexível de acordo com o meu contexto de vida atual.
Nos momentos em que estou lançando uma nova atualização do meu curso de criação, ou quando lancei meu livro ilustrado, por exemplo, minha constância foi mais intensa, porque, como eu já expliquei, ser constante tem a ver com o meu projeto de vida atual – o que pode incluir desacelerar e incluir períodos de pausa.
Você não precisa “bater cartão” para ser Creator
É importante compreender que ser uma pessoa constante também pode (e deve!) acomodar pausas. Esses momentos de descanso também fazem parte do processo de ser constante – afinal, não somos uma máquina.
No entanto, para muita gente a pausa pode simbolizar uma falha, uma ideia torta de que deveríamos estar trabalhando ao invés de descansar. Lembre-se que os momentos de ócio criativo podem potencializar o nosso processo criativo e até melhorar nossa produtividade.
Considero importante incluir o descanso nessa minha “formulinha” de constância nas redes sociais que comentei ali em cima. Isso porque, ao contrário da internet, a gente PRECISA parar 🙂 e o descanso não é uma recompensa, ele é parte da constância.
E para ser mais constante no médio e no longo prazo, o processo criativo não precisa nos exigir disposição máxima o tempo inteiro. Essa reflexão também possibilita que a gente tenha rotinas de criação mais sustentáveis, respeitando nossa necessidade de descanso, e sem pirar no processo 😊
Você define o que é estar presente nas redes sociais
Não existe uma definição única e absoluta sobre o que é estar “estar presente” nas redes sociais. Da mesma forma que constância, a ideia de presença é individual e deve ser condizente com o que faz sentido para a sua vida e seus objetivos.
Definir esse parâmetro evita que você seja engolido pela tendência das redes sociais, criadas para nos acelerar, nos manter no piloto automático e até nos dar recompensas para que a gente permaneça conectados O TEMPO TODO, gerando cada vez mais ansiedade.
Você é uma pessoa que cria para outras pessoas, não um robô alimentando o algoritmo.
Quanto mais cedo nos questionarmos sobre o que é “constância” e “estar presente” dentro do nosso projeto de criação, maiores são as chances de continuarmos criando de forma saudável pelos próximos anos 🙂
O que você aprendeu até aqui?
Neste texto, refletimos que a constância nas redes sociais não significa necessariamente postar todos os dias. Esse conceito é muito subjetivo e envolve encontrar um equilíbrio entre produção e descanso, alinhado com os objetivos individuais e o contexto de vida de cada criador de conteúdo.
A pressão para estar sempre presente pode fragilizar a nossa saúde mental, por isso é importante definir uma noção individual do que simboliza essa constância digital para sua criação. Isso inclui reconhecer que pausas são parte do processo e que podem ajudar até a melhorar a sua produtividade.
Ao questionar e definir o que significa estar presente nas redes sociais, os criadores de conteúdo evitam ser dominados pela pressão dos algoritmos criados para nos manter o tempo todo conectados – o que acaba gerando cada vez mais ansiedade.
O ideal, como aprendemos nessa reflexão, é manter uma abordagem mais sustentável e saudável ao longo do tempo. Se você deseja trabalhar a sua criatividade de forma sustentável, considere conhecer o curso Criatividade Sem Bloqueio, um método para aprender de forma visual e lúdica como você pode criar com constância até mesmo nos momentos de trava.
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